Entenda a IPA: história, missão e importância na formação psicanalítica
- Renata Dose
- 17 de jul.
- 4 min de leitura

A International Psychoanalytical Association (IPA) é a mais antiga e respeitada organização mundial dedicada à psicanálise. Fundada por Sigmund Freud em 1910, a IPA define padrões de formação, ética e prática clínica, garantindo a qualidade do trabalho analítico, tanto para profissionais quanto para pacientes. Neste post, você vai entender quando e por que a IPA foi criada, qual é o seu papel hoje e por que todo psicanalista deveria fazer parte dela.
Origem e criação da IPA
Ano de fundação: março de 1910, Congresso de Psicanálise em Nuremberg.
Antecedente: Primeiro Congresso em Salzburgo (abril de 1908), onde Freud e colegas identificaram a necessidade de uma associação internacional para proteger e difundir a psicanálise.
Motivação:
Consolidar a psicanálise como ciência e prática clínica reconhecida mundialmente.
Proteger a disciplina de desvios teóricos e uso indevido.
O papel da IPA hoje
Regulação e acreditação Através da International Training Commission (ITC), a IPA estabelece normas e critérios rigorosos para a formação de novos psicanalistas.
Ética e qualidade Publica e atualiza códigos de conduta que asseguram integridade na relação entre analista e paciente.
Integração internacional Organiza congressos bienais, simpósios e grupos de trabalho que fomentam o intercâmbio de pesquisas e práticas clínicas.
Atuação em políticas públicas Mantém status consultivo junto à ONU e participa de debates sobre saúde mental, influenciando legislações e diretrizes em todo o mundo.
Por que a IPA é importante para profissionais e pacientes
Uniformidade de formação
Ao adotar um currículo e critérios de avaliação padronizados, a IPA assegura que todo psicanalista, seja na Europa, nas Américas ou na Ásia, tenha passado pelos mesmos conteúdos teóricos, horas mínimas de análise pessoal e supervisão clínica. Isso significa que, independentemente de onde o analista se formou, o paciente recebe um atendimento fundamentado nos mesmos princípios básicos. Para o profissional, essa uniformidade reduz a insegurança na prática e facilita o reconhecimento de sua qualificação em qualquer parte do mundo.
Atualização contínua
A IPA estimula e organiza constantemente atividades de pesquisa, publicações em periódicos especializados (como o International Journal of Psychoanalysis) e encontros científicos, onde correntes clássicas e contemporâneas dialogam entre si. Esse ambiente de debate permanente faz com que os psicanalistas fiquem por dentro das últimas descobertas sobre técnicas de intervenção, avanços em neurociência afetiva e reflexões sobre novas demandas sociais. Para os pacientes, isso se traduz em intervenções mais eficientes e sensíveis às complexidades do mundo moderno.
Rede de suporte
Fazer parte de uma sociedade membro da IPA oferece acesso direto a:
Supervisões clínicas: grupos liderados por analistas experientes, auxiliando no manejo de casos complexos.
Publicações e biblioteca: arquivos digitais e físicos com artigos, monografias e clássicos da psicanálise.
Eventos e encontros regionais: workshops, seminários e congressos que promovem troca de experiências e fomentam parcerias.
Essa estrutura de apoio não apenas ampara o analista em momentos de dúvida técnica, mas também fortalece o senso de comunidade, algo fundamental em uma prática que, por vezes, pode ser solitária. Em última instância, pacientes se beneficiam quando seu analista está inserido num coletivo ativo, atualizado e comprometido com a excelência.
Benefícios de ser membro da IPA
Reconhecimento internacional: o selo IPA sinaliza qualidade e confiança ao paciente e à comunidade científica.
Desenvolvimento profissional: acesso a cursos, congressos e grupos de estudo em todo o mundo.
Sentimento de comunidade: troca constante de experiências com colegas de diversas realidades culturais.
Minha formação na SBPdePA
Comecei minha formação psicanalítica em 2015 na Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA), sociedade vinculada à IPA, e a concluí em 2020. Durante esses cinco anos, percorri o chamado tripé fundamental à formação analítica:
Teoria: estudo aprofundado dos fundamentos freudianos e das contribuições de autores contemporâneos.
Vivência subjetiva: análise pessoal, que permitiu desenvolver uma escuta clínica sensível.
Prática clínica supervisionada: supervisão de casos, em encontros regulares com psicanalistas experientes.
Embora o percurso estruturado tenha durado cinco anos, minha formação é um processo vitalício. Desde 2020, sigo investindo em:
Atualização contínua, lendo as principais revistas internacionais de psicanálise e participando de cursos e palestras oferecidos pela SBPdePA
Hoje, ofereço supervisão clínica, compartilhando experiência e apoiando colegas no desenvolvimento de suas práticas
Participo de grupo de estudo sobre Ferenczi, aprofundando reflexões sobre suas contribuições à teoria psicanalítica
Esse compromisso permanente reflete o padrão de excelência e o respaldo ético que somente uma sociedade vinculada à IPA pode oferecer.
Fazer parte da IPA é muito mais do que obter um certificado: é comprometer‑se com a qualidade, a ética e o avanço constante da psicanálise.
Para psicólogos e médicos que buscam uma formação psicanalítica: integrar-se a uma rede internacional garante suporte, atualização e reconhecimento, transformando sua prática clínica.
Para futuros pacientes: saber que seu analista segue padrões internacionais de excelência traz segurança, confiança e acesso a um atendimento fundamentado nos mais altos critérios éticos e técnicos.
Quer saber mais sobre a SBPdePA e a formação reconhecida pela IPA ou agendar uma sessão?
✉️ renatacarvalhobritto@yahoo.com.br📍 Rua Gonçalo de Carvalho, 209, sala 404 – Porto Alegre, RS
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